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Foto do escritorMulheres Cannábicas

Abertura das palestras na Expomedeweed

6 de dez, 2017, Emily Bandeira




Para começar um evento cheio de conversas e palestras sobre a Cannabis, o primeiro passo é dar aquela breve introdução sobre a planta e sobre o sistema endocannabinoide. Então por que não começar com uma palestrinha da professora Cristina Sánchez? Pesquisadora e professora da Universidad Complutense de Madrid, pesquisa sobre o uso dos cannabinoides para tratamentos oncológicos e veio dar uma “charla" sobre o tema. Essa foi uma excelente sacada dos organizadores, a moça espanhola é super eficiente em passar as informações de maneira simples e objetiva e ainda te faz querer abraçá-la no final.

Primeiro ela nos introduziu sobre os componentes básicos da planta: seus alcalóides, terpenos, cannabinoides e flavonoides. Depois, aproveitou o gatilho dos fitocannabinoides para explicar sobre esse super sistema – que ainda me soa um tanto mágico – que é o Sistema Endocannabinoide (SE) e seus componentes: receptores, enzimas de síntese e degradação e os neuromoduladores conhecidos como endocannabinoides. Exemplificando como o SE ajuda na modulação de diversas funções do corpo, ela nos ajudou a traçar o caminho entre essas modulações e seus possíveis potenciais terapêuticos.

Como o foco de sua pesquisa é sobre câncer de mama, ela nos contou um pouco sobre suas descobertas, começando por uma introdução sobre o próprio câncer. De maneira simples (por favor lembrem que isso é um resumo das minhas notas aprendizes sobre o próprio resumo da professora) o câncer poderia ser explicado assim:

Primeiro surge uma mutação genética em alguma de nossas células, o que não é motivo de preocupação, já que todos temos várias pequenas células mutantes por aí, e isso não necessariamente é perigoso. O perigo começa a surgir quando essa célula mutante passa a se reproduzir e multiplicar. Depois que várias células tumorais unem-se, o corpo começa o processo de angiogênese que nada mais é que a criação de vasos sanguíneos que atravessam esses tumores, alimentando-os. Uma vez que as células tumorais estão juntas e alimentadas, o próximo passo do desenvolvimento da doença é a metástase, termo mais conhecido, que trata da proliferação dessas células tumorais para além de seu local de origem. Simplificando, é uma das partes mais complicadas da doença, já que é a responsável por espalhar as células tumorais pelo corpo, dificultando o controle sobre a condição.

As interações entre o Sistema Endocannabinoide e o câncer

Tá, como que os cannabinoides interagem com esses processos cancerígenos? Felizmente a dona Cristina tem feito uns estudos interessantíssimos sobre o tema. Então a moça pacientemente começou a tecer a trama, falando sobre:

  1. Prognósticos e diagnósticos;

Foi demonstrado que mamas com maior expressão do receptor CB2 em suas células indicam uma maior predisposição ao câncer de mama. Fazer as coletas desses dados pode, então, ajudar no diagnóstico e prognóstico da doença, com a possibilidade de diagnósticos mais precoces os tratamentos tornam-se, naturalmente, mais eficientes.

  1. Ativando o Sistema Endocannabinóide

Também tem sido estudado que ativar o SE (com tratamentos de cannabinoides como o THC, por exemplo) produz no organismo respostas fisiológicas anti-tumorais. Significa que, nessa brincadeira de modulação a partir do SE, células tumorais acabam recebendo mensagens específicas no sentido da homeostase. Isso pode significar interromper o processo de angiogênese ou de metástase ou ainda provocar o processo de apoptose (morte celular programada) em células tumorais.

2. A cannabis como auxílio nos tratamentos

Além do citado acima, os cannabinoides também podem ser auxílios valiosos durante processo de cura . Como se sabe, os tratamentos atuais para a doença, como a quimioterapia, geram vários efeitos colaterais indesejados como náusea, vômitos, falta de apetite e dor. Os cannabinoides estão aí para ajudar a regular todos esses incômodos físicos, além de contribuírem contra os efeitos secundários psicológicos como controle da ansiedade e a falta de sono. São justamente essas melhoras na qualidade de vida dos pacientes que podem fazer toda a diferença para a melhora da condição.

Por fim, ela ressaltou as diferenças de efeito entre as possíveis vias de administração e seus benefícios e malefícios de acordo com os objetivos do tratamento terapêutico.

E assim começamos as palestras da ExpoMedeWeed. Com mulheres muito danadas e espertas contribuindo para o conhecimento cannábico contemporâneo. As chicas se agilizam, graças à Deusa.

Quer conhecer melhor o trabalho da Professora Cristina?

Ou mais sobre a cannabis e o câncer de mama?

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